Laudo. Senhora 55anos. Variante da normalidade wicket spike. 270. aberto a todos.


Prezado Kanda,

Adicionei o exame da paciente noelib 55anos no google drive.

Paciente de outro colega com história de convulsão interrogada. Colega relata que a paciente simplesmente desmaia, fica mole, vira os olhos e sente enformigamento nos braços.

Observei ausência de ritmo alfa posterior em todo traçado e surtos de ( PDA) nos instantes: 4:56, 5:03, 8:16, entre outros momentos durante o traçado.

minha dúvida é: se olharmos esses surtos de ondas lentas em montagem monopolar elas nos dão a impressão de serem de localizão posterior ( OIRDAS), agora quando passamos para montagem bipolar a reversão de fase ocorre em t3-c3-t4-c4, ou seja ( centro temporal bilateralmente).

Fiz uma tentativa de laudo pois, ver as alterações no eeg é facil, difícil para mim agora está sendo coloca-las no papel, espero que estejam coerentes.

EEG digital realizado em condições técnicas satisfatórias com o paciente em estado de vigília (repouso) e boa colaboração às orientações técnicas do procedimento.
Exame foi realizado em equipamento Neuron-Spectrum 4EP da empresa NEUROSOFT, sistema padrão 10-20 de colocação de eletrodos e análise mono e bipolares, referênciais auriculares e central.
A atividade elétrica cerebral de base é regular, organizada e simétrica em regiões posteriores o ritmo alfa foi raramente visualizado dando lugar a uma atividade mais rápida. A banda ''beta'' predominou nas regiões anteriores do scalp com frequência acima de 13Hz.
Durante a captação observamos a presença de surtos de ritmos delta polimorfos ( polimorphic delta activity - PDA ) em regiões centrais e temporais e ausência de ritmo alfa em regiões posteriores.
A fotoestimulação assim como a hiperpnéia confirmaram os achados.

Conclusão: EEG digital em vigília, apresentando lentificação através de surtos de ritmos delta polimorfos ( polimorphic delta activity - PDA ) com foco em regiões centrotemporais bilateralmente.

Correlação eletroclínica não consegui fazer

Prezado colega

Se você contar as ondas, na verdade o ritmo é teta, confunde se posterior ou anterior, pela contaminação das orelhas pelo potencial. Na verdade é um wicket spike (fer imagens)

Tente o laudo assim:

nome:
solicitante:

HFF 30Hz LFF 0,3Hz
Eletrencefalograma digital.
exame realizado em condições técnicas satisfatórias em vigília e sonolência. Durante a vigília a atividade elétrica cerebral de fundo é simétrica e regular (você não vai descrever o ritmo alfa pois não tem = é padrão amorfo = normal sem o ritmo alfa). Durante a sonolência observamos os ritmos próprios deste estado. As manobras de abertura e fechamento ocular e a hiperpnéia nada acrescentaram.
conclusão: EEG normal em vigília e sonolência.
Correlação eletroclínica: no caso de suspeita de epilepsia lembramos que EEg normal não afasta o diagnóstico pois descargas epilépticas podem ser esporádicas. EEGs seriados podem aumentar a possibilidade de aparecimento de descarga patológica. Sugerimos exame em sono, pós-privação do sono. Exames anteriores de EEG devem ser avaliados comparativamente. História detalhada das crises pode ajudar no diagnóstico diferencial com epilepsia.

você não envia as imagens das wickets para não confundir o clínico que vai ler o exame ele poderá achar que é patológico.

Variantes benignas Rítmicas
wicket Spikes

Ondas Wicket são pontiagudas, arciforme ou "mu" like> Comumente com reversão de fase nas regiões temporais médias. Presentes durante sonolência, desaparecem na vigília e com aprofundamento do sono. No entanto, também têm sido descritas no sono REM.As ondas wicket devem ser diferenciadas de pontas patológicas temporais para se evitar diagnóstico errôneo de epilepsia. A prevalência de ondas wicket é de 0,03-1,0% (ou mais).

Ondas Wicket podem ser uni ou bilaterais, geralmente aparecem em grupos com duração de 1 a 2 segundos, ocorrendo na freqüência theta. Clusters de onda Wicket muitas vezes apresentam um início "crescendo-decrescendo". Elas podem ser pontiagudas e caracteristicamente mostram reversão de fase em montagens bipolares sobre a região temporal média, com aparência serrilhada. Ocasionalmente, se isoladas, podem ser difíceis de diferenciar de ondas agudas temporais. Em tais casos, deve-se procurar no traçado onda wicket em salvas (para confirmação), e a falta de uma pós descarga por onda lenta pode ajudar no diagnóstico diferencial com ondas agudas temporais epileptogênicas.

fonte:
Aminoff's Electrodiagnosis in Clinical Neurology. SIXTH EDITION. Michael J. Aminoff, M.D., D.Sc., F.R.C.P, Distinguished Professor Department of Neurology School of Medicine University of California, San Francisco San Francisco, California, USA Copyright © 2012 Elsevier Inc. All rights reserved.DOI: 10.1016/B978-1-4557-0308-1.00041-8
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